Sanibonani | Olá no plural (Dialeto Zulu, 1 dos 11 falados aqui)
- Stefanie Laufer Terdiman
- 5 de mar. de 2017
- 3 min de leitura

Olá cidade, olá país! Aterrissei em você e aqui vou ficar.
Começando com boas energias, fui recebida por um sorriso caloroso do motorista do programa, Masui. Um zimbabuense que mora aqui há 17 anos e que deixou família para trás em busca de trabalho. Logo começamos a conversar sobre nossas vidas e ele me contou que tem um filho, Itamay, mas que não é casado e disse que casamento era muito complicado, que ele preferia ficar sozinho. A mulher falava demais e eles brigavam o tempo todo. Contei que sou recém-casada e ele soltou uma gargalhada. Falou para esquecer o que ele havia comentado.
É uma percepção interessante ver que não importa o país, a cidade, a cor, a vida, relacionamentos são sempre os pilares que nos norteiam. No final, tudo está relacionado à sua rede, seja professional, pessoal e precisamos diariamente cuidar desse tipo de conexão.
No hotel encontrei com a Beata da empresa DOT que está nos auxiliando em toda a logística do programa. Uma profissional excelente e preocupada com todos. Conversamos por várias horas pois meu quarto ainda não estava pronto. Perguntei como ela havia escolhido essa profissão e ela contou que sempre tem a crise dos dois anos, ela nunca ficou mais do que esse período em um trabalho e por isso já fez de tudo.
Realmente estamos vivendo uma mudança conceitual na forma como encaramos o trabalho e como construímos nossa vida. Cada vez está mais claro que o mercado de trabalho está mudando. Precisamos estar satisfeitos com nossas produções e nossas contribuições, seja para qual empresa for. Há cada vez mais impaciência em nossas vidas e precisamos aprender a lidar com isso se não, estamos fadados à infelicidade. Há muita reflexão nesse aspecto, cabe um texto inteirinho sobre ele, mas quem sabe outro dia. Logo foram chegando outros participantes e fui conhecendo um a um, ao vivo.
Ao chegar no quarto uma aranha gigante veio me dar as boas vindas. Esqueci que teríamos esse tipo de interação na África, hehe. Até tentei fazer algo, mas ficamos com medo uma da outra e nos separamos, só consegui sair do quarto e fechar a porta. A noite ela voltou a me visitar e acreditem ou não, eu só percebi quando ela estava em cima de mim, passeando na minha cama. Os aracnofóbicos que se cuidem. Sem histerias, dessa vez fui mais forte e consegui me despedir dela. Me senti até uma desbravadora de novos mundos (como se no Brazil não tivessem aranhas). #Guerreira.

Fui jantar com os que estavam por aqui. A diferença de cultura é inspiradora. Enquanto os Americanos logo conseguem se destacar, inclusive por terem total domínio da língua, outros travam batalhas para se expressar corretamente, seja por timidez ou por medo de errar. Uma das americanas morou no Brazil por um ano, achei muito peculiar a escolha dela e perguntei por que São Paulo, e ela disse “why not?”, com toda a razão, nunca valorizamos o que temos. Eu amo minha cidade, por que ela não amaria? Também consegui falar um pouco de espanhol com o Mexicano e comecei a me sentir em casa. Vamos ver como o dia acontece amanhã.
Esqueci de comentar sobre a menina que conheci no avião. Aline Ribeiro, uma jovem que decidiu investir no inglês e vir para a África, cidade Pretória. Eu também não sabia, mas aparentemente aqui tem ótimas escolas, a população fala inglês perfeitamente e o custo é muito mais acessível. #FicaaDica. O blog dela tem mais infos. http://intercambiopretoria.blogspot.co.za/?m=1
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